Na mesma semana de dezembro em que estará disputando a reta final do campeonato brasileiro, que atualmente
lidera, o Corinthians planeja abrir o primeiro restaurante de uma franquia que o clube apresenta aos torcedores
semana que vem. A rede de lanchonetes cujo nome será eleito em votação direta nas redes sociais é
parte do plano que busca ampliar em mais de 20% a receita do time com marketing e ajudar a pagar o estádio, que está
custando R$ 5 milhões mensais em serviço de dívida.
“Estamos buscando formas de incrementar as receitas do clube, especialmente de fontes que oscilem menos em
relação ao desempenho do time no campo”, disse ao Valor o superintendente de marketing do Corinthians,
Gustavo Herbetta, exdiretor da agência de propaganda DM9 DDB, há cinco meses no clube.
O primeiro restaurante do Timão será controlado pela SportFood, firma da Pluri Consultoria, especializada em
esportes.
A SportFood assinou um contrato de 15 anos com o Corinthians para implantar e gerir a rede de franquias. A loja
modelo, que terá 430 metros quadrados, vai funcionar na praça Silvio Romero, tradicional ponto de encontro da
nação corinthiana, no bairro do Tatuapé, em São Paulo.
Mais sete restaurantes serão abertos em 2016, com meta de chegar a 130 unidades em cinco anos. O sócio da
SportFood, Fernando Gonçalves, diz que as lojas terão de 75 a 150 metros quadrados, investimento inicial de R$
200 mil a R$ 600 mil e receita mensal por unidade de R$ 75 mil a R$ 135 mil. “O retorno do investimento ocorre
em 36 meses”, projeta ele, que lançou franquias no mesmo modelo para Grêmio, Cruzeiro, Vasco, Bahia, Santos e
Palmeiras.
“Dados do IBGE apontam que 17% do consumo das famílias vão para alimentação, mas apenas 0,07% do gasto
do torcedor vai para seu time. Há grande potencial para o futebol explorar negócios de alimentação” diz
Gonçalves.
Segundo pesquisa da ECD Food Service para a Associação Brasileira de Franchising (ABF), as franquias de
alimentação terão crescimento de 10% em vendas em 2015. A entidade diz que esse segmento soma 21,7 mil
pontos de venda e faturou R$ 25,6 milhões em 2014.
Para mobilizar o universo de corinthianos estimado pelo Ibope em 26 milhões de pessoas , e rentabilizar os
restaurantes, o clube vai acessar perfis no Facebook, Twitter, Instagram, que somam 14 milhões de seguidores.
O executivo de marketing do Corinthians diz que esse negócio marca a retomada de uma política de marketing
mais agressiva que inclui tornar o estádio mais rentável. “Podemos triplicar as receitas atuais que temos na
Arena”, disse Herbetta. A Arena tem coberto cerca de 94% das parcelas do financiamento, de R$ 400 milhões,
junto ao Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que custa R$ 5 milhões por mês.
O executivo do Corinthians adiantou planos em andamento para aumentar o faturamento no estádio, como o
acordo com a Nike para abrir em novembro uma megaloja da marca Todo Poderoso, a ser operada pela Nike.
“Também estamos negociando espaços para academia, farmácia. Recebemos agora os camarotes do quinto e do
sexto andares, mais as áreas para seminários”, disse.
Segundo Herbetta, as receitas de marketing este ano vão crescer entre 10% e 20% ante 2014, quando o clube
faturou R$ 62 milhões com patrocínios e publicidade, 3,3% mais que em 2014, segundo levantamento da
consultoria BDO. “Estamos integrando nossas propriedades na Arena, no centro de treinamento e na plataforma
digital”.